Sempre que vou a Cascavel, um compromisso é certo: marcar um encontro pra bater papo com o Márcio. Como sempre viveu lá, e tem uma memória quase tão boa quanto a minha, ele me atualiza do destino de todos os nossos ex-colegas.
Um dos caras mais inteligentes que conheço em Cascavel, de quem me orgulho em ser amigo, Márcio Roberto Menon, o famoso Márcio "Que se lasque!" (expressão que ele repetia que se tornou sua marca) é dono de uma personalidade única e um senso de humor fenomenal. Estudamos juntos da 2ª à 4ª série, entre 1979 e 1981, e depois no 1º ano do Ensino Médio, em 1986. Nos outros anos, estudamos no mesmo colégio, o Costa e Silva, em turmas diferentes.
Márcio era ruim de bola, mas campeão de bulita. Alimentava o mito de ter começado uma coleção de mais de mil bolinhas de gude a partir de uma quebrada azulzinha, que achou. Com ela jogou a primeira partida e foi ganhando até formar a maior coleção de todos. Latas e latas de bulitas, inclusive as cobiçadas "paraguaias".
Ele tem muita história engraçada pra contar, de criança, de office boy da Sanbra, de jovem, de adulto. O Marcio formou-se em Ciências Contábeis e trabalha há vários anos no setor financeiro da Globoaves. Cultivava (não sei se ainda cultiva) um hábito todos os sábados pela manhã. Ir até a Boca Maldita de Cascavel tomar um café e ler. Aliás, ele tem uma imensa biblioteca em casa, livros de onde tira outra de suas marcas registradas: o vocabulário erudito (que ele usa para impressionar os mais burros). Saca palavras desconhecidas e joga no meio de frases enquanto conversa, esse é o Marcião.
Lamento até hoje o azar de não termos servido ao Exército juntos. Fui para o BLog (Batalhão Logístico) enquanto ele foi para a Brigada. Eu teria dado muito mais risada dos tempos de milico.
A você meu amigo, muitas felicidades nestes 38 anos.