Feliz aniversário, Simpson!
By Renon Junior
Falei do Juarez e lembrei de outro ex-colega. Outro figura. Aliás, o maior de meu tempo. Marcelo dos Santos Matos, na época conhecido como Marcelo Simpson (por causa do cabelo esquisito). Marcelo veio de São José do Rio Preto para estudar jornalismo em Londrina. Sua marca registrada era a autenticidade. Era (e ainda é) ator de teatro. Na faculdade, integrou o PROTEU, com Nitis Jacon como diretora. Foi protagonista em "Carmelita, adeus!", encenada até na Espanha.
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Foi meu brother durante o curso. Sempre fizemos os trabalhos em grupo juntos. Fundamos o grupo "Última Hora" (nome por motivos óbvios) e a rádio fictícia "Strip Tripa". Varamos várias madrugadas estudando ou datilografando trabalhos numa maquininha portátil Remington. Num dos exercícios de 
O Marcelo tinha uma tática a cada início de semestre. No primeiro trabalho ele "viajava", escrevia doideiras. Se o professor reagisse, ele seguiria as normas. Ninguém reclamou e ele se criou assim. Num dos exercícios de análise de jornais, que o Professor Tavares aplicava, Marcelo saiu-se com este título ao analisar a Folha de Londrina: "A falha, da filha da Folha". Tirou 10, com a observação na capa - "Criativo".
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Morei com ele e o irmão Maurício (que fazia Química, outra figura) em uma kitinete na Rio de Janeiro, em frente ao cemitério, depois que ele deixou a CAOS (outra república perto do Zerão onde não haviam regras). No apartamento, durante o vestibular, colocávamos 10 pessoas no minúsculo apê.
Tínhamos um vizinho maconheiro, e um casal de japoneses que fazia escândalo (o prédio inteiro ouvia) durante o "rala e rola", e o Marlon Dias, no andar de cima. Uma vez, o Marcelo quebrou um guarda-roupa ao meio por causa de uma barata. Tentou matá-la com um chute. Ela fugiu e o guarda-roupa virou pó.
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Além do teatro e aluno de jornalismo, Simpson também era (e ainda é) jogador de futebol de mesa. Daí vem o apelido "Aranha", por estar sempre de preto defendendo seu time, o "Aracnídeos". Foi várias vezes vice-campeão em Rio Preto, além de levantar várias taças de 2ª
divisão. Tentou me ensinar, mas nunca aprendi. É o jogo mesmo, com botões, bola e mesa na medida oficial, não aqueles de brinquedinho.
Voltou e foi para Rio Preto, onde fez mestrado e dá aula em uma faculdade. Montou um grupo de teatro e segue atuando. Casou-se de novo, com uma atriz de lá. Vez ou outra ele vem para Londrina, disputar campeonatos de futebol de mesa, mas nunca aparece por aqui.
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Foi o primeiro da turma a namorar firme e a se casar. Tinha uma namorada japonesa. Depois do curso na UEL, seguiu com ela para o Japão, para trabalhar como dekassegui. Ficou três anos por lá, metade do tempo casado e na outra ganhando dinheiro e fazendo turismo. Escalou o Monte Fuji e conheceu metade do país, de trem.Voltou e foi para Rio Preto, onde fez mestrado e dá aula em uma faculdade. Montou um grupo de teatro e segue atuando. Casou-se de novo, com uma atriz de lá. Vez ou outra ele vem para Londrina, disputar campeonatos de futebol de mesa, mas nunca aparece por aqui.
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Este é um retrato de Marcelo Matos. Vegetariano (garçom do Sabor Natural, trabalhava pela comida), pontepretano, jogador de xadrez, caroneiro de carteirinha (ia e voltava todos o dias da UEL de carona), ator, diretor de teatro, jogador de botão, devorador de livros, leitor fiel da Folha de S. Paulo, avesso à bebida, cigarro e qualquer tipo de droga. Avesso também à TV. Um amigo, leal, honesto e sempre bem humorado. Este foi meu grande amigo durante a faculdade de jornalismo, um cara precioso, que certamente me influenciou de alguma forma. Ele faz 39 anos neste 07 de janeiro. Fica aqui, a minha homenagem.
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