Exposição de Londrina: muitas histórias
Tem gente que adora a Exposição de Londrina, mas não é essa a impressão da maioria das pessoas que têm que trabalhar na Feira. Especialmente da imprensa. São sempre pautas que rendem, mas sempre as mesmas, ano após ano. Minha relação com a Exposição de Londrina este ano está sendo apenas à distância, editando o material que vem de lá, no conforto do ar condicionado. Mas já ralei muito.
Tirando as vezes que visitei quando criança até os 5 anos de idade, que nem me lembro mais, meu retorno para a Exposição deu-se a partir de 91, quando voltei à cidade para estudar. Naquele ano, passei pela feira apenas para visitar, assim como em 92, 93 e 94. Eu apenas andava e dava aquele migué nas barracas universitárias. Não pegava ninguém, mas me divirtia. Foi num desses anos, acho que em 92, que voltei a pé lá do Parque até o Centro de Londrina, numa madrugada. De ônibus também não era fácil. A galera ia apertando a campainha do parque ao terminal. Direto.
Em 94, foi diferente. Estive na abertura da exposição como cinegrafista da equipe de reportagem de um exercício da disciplina de TV do curso de jornalismo. Naquele tumulto tradicional, eu lá no meio, com a camerazinha da UEL. Marlon Dias era o repórter. À tarde, naquele mesmo dia, jogando futebol no campo do CEF, quebrei o braço. Na verdade foi uma luxaçãozinha no pulso, mas que exigiu que todo o braço direito foi engessado. Aprendi a escrever com a esquerda. Pena eu não ter uma foto. Escrevi no gesso: "Foi no Futebol", a resposta daquela pergunta frequente quando a gente sofre um acidente.
Retomando...Em 95, já formado, a Exposição marcou meu retorno a Londrina. Eu tinha voltado pra Cascavel após a formatura e lá comecei a trabalhar na TV Tarobá. Aí me mandaram pra sucursal de Londrina, no lugar de Marcelo Militão. Quando cheguei, acontecia a Expo. Naquele ano, a primeira matéria que fiz foi a do balanço da feira. Gravei a passagem (aquele momento em que o repórter aparece) em cima de um trator. Aliás, o Marcelo Militão tem uma teoria quanto a isso. Segundo ele, todo repórter, em algum momento de sua carreira, gravará passagem em cima de um trator. Comigo isso se cumpriu. Outra teoria dele é a de que toda garota bonita tem sempre uma amiga gordinha. Isso também é verdade.
Em 96, a Tarobá montou um estande e fez várias participações ao vivo. Foi muito sofrido, porque naquele ano, não lembro em comemoração a que, a Exposição teve 15 dias de duração. Entrevistei o simpático JoséCarlos Tibúrcio umas trocentas vezes.
Em 97, já como TV Londrina, fizemos uma cobertura abrangente. Todos os shows, rodeios, atrações em geral. Foi quando entrevistei Alexandre Pires, num episódio engraçado. Enquanto a gente esperava o Só pra Contrariar pra coletiva, no décimo andar do Hotel Nóbile, o radialista Marcelo Flávio ia até a janela e acenava pras fãs que davam plantão na porta do hotel. E elas, pensando que era algum pagodeiro, gritavam emocionadas. Se elas vissem o Marcelo de perto...
Também em 97, uma das matérias que me deu mais trabalho foi quando um furacão loiro passou pela exposição. Era Carla Perez, que estava no auge da carreira, no palco com o É o Tchan! Pensei que era um clone, pois não correspondia àquela imagem que eu via na TV.
Em 98, já cansado de tanta exposição, busquei fazer matérias diferentes, além da massacrante pauta obrigatória. Foi quando experimentei o Ejection Seat, o estilingue humano. Um brinquedo que lançava o visitante a uns 40 metros de altura. Chico Natal, o cinegrafista mais esquisito que já trabalhou comigo, foi junto.
Em 99, a Tarobá teve uma cobertura parecida com a dos anos anteriores, e a partir de 2000, passou a ter estande permanente onde ainda funciona até hoje. Metade da TV se tranferia pra lá, programas eram feitos diretos do parque e agente trabalhava feito camelo. Uma situação que eu não gostava era que nós, da lida, éramos praticamente proibidos de entrar no estande. Na área vip, no piso superior, nem pensar. Era para os "clientes".
Nos anos de 2002 e 2003 estive fora. Em 2004, voltei com tudo. Como repórter da Folha de Londrina fiz várias matérias, entre elas, o flagrante de um parto bovino. Paralelo a isto, eu fazia parte da equipe do Canal da Terra, da CNT, uma programa independente feito em parceria com os irmãos Altair e Amaury de Souza, e com Veruska Barison na pauta. Eu vi a exposição como uma oportunidade de ganhar muita grana e tentei. Passei em muitos estandes oferecendo matérias pagas. Consegui vender só um, para a John Deere. Além do que, fiz várias matérias para o programa.
Em 2005, eu e Fernanda Bressan fizemos uma série de matéria e boletins para a RIC TV, num projeto independente capitaneado por Sérgio Vrenna. Em 2006 e 2007, tentei entrar para a equipe da assessoria de imprensa. Mas nunca consegui, então fui apenas como visitante, com a família.
Em 2008, voltei ao passado, trabalhando como um doido fechando matérias para a Paraná Educativa. Cada vez que Requião vinha pra Expo, eu tinha que estar em cima.
Tenho ainda quatro dias, para ir lá e ver mais do mesmo.
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