A cada dia aparece uma mulher dizendo ter um filho do presidente paraguaio, o ex-padre Fernando Lugo. Nunca tinha reparado muito na lata dele, mas hoje, olhando melhor, me assustei. Ele é a versão envelhecida, a cara do meu amigo Jéferson Benelli, ex-colega de faculdade que trabalhou na Rádio Universidade e Brasil Sul e hoje é carteiro. Aliás, feliz da vida.
Uma vez o encontrei na rua entregando cartas, e nos poucos segundos que pudemos conversar (afinal ele não podia parar), disse que foi a melhor coisa que tinha acontecido era ter virado carteiro.
- E o jornalismo? Teu diploma? A profissão que você estudou pra se formar? - perguntei, espantado.
- O que importa é o pagamento em dia. Não é muito, mas, dia 30 tá lá! - explicou.
É o trauma de quem trabalha e tem o pagamento atrasado. Segundo o Jefão, o pagamento atrasava 4, 5, 6 meses. Não tinha previsão. Aí ele desgostou-se com o jornalismo. E tinha um baita texto. Ainda tem.