Reproduzido do blog de Thiago Mossini no Portal Bonde.

Pressionado, enquadrado, encurralado, sozinho, solitário. Esse é o presidente do Londrina, Peter Silva. Todos que estavam a seu redor partiram, não sobrou ninguém.
Por quê?
Boa pergunta, que está a espera de resposta há tempos.
O Londrina não tem dinheiro nem para urinar na rodoviária.
Pior. Não tem crédito em lugar nenhum.
Perder a credibilidade é o pior de tudo. A pessoa fica perdida.
O clube, coitado, que não tem culpa de nada, pior ainda.
E é assim que está o cartola do Tubarão. E ele estourou. Surtou. Deu um piti com os repórteres que cobrem o dia-a-dia do clube. Até eu, que estou de férias, fui citado, ou melhor xingado.
O motivo? Revelar como anda o pobre e castigado Tubarão.
Para o cartola, falar a realidade é um pecado mortal, é pior que um tapa na cara. Falar que o clube não tem dinheiro, não tem credibilidade, não tem mais respeito, tudo por conta das (com o perdão pela expressão) m... que são feitas na parte administrativa, é um desaforo imperdoável.
Todos foram questionados pelo que escreveram nos jornais ou falaram nas rádios. Porém, não foram confrontados com provas que contrariam o que foi veiculado. Para piorar, os caras que iriam levantar o Tubarão, agora vão montar um novo time na cidade.
O sempre perseguido surtou, deu um piti.
Um dos principais motivos da raiva do presidente, que já comandou a Futebol Brasil Associados (FBA) – veja – é o tal do "pedágio". O time rebaixado estava cheio de pedágios. Aqueles jogadores que são filhos, irmãos ou o quer que seja de empresários ligados ao futebol ou não. Um dos pedágios que estavam no Paranaense era irmão de um dono de loja de informática, outro era filho de dono de supermercado, o outro do ramo automotivo e por aí vai. Em comum, todos eram mantidos no elenco por dinheiro. Não sei se a grana que o pai, irmão ou o quer que seja pagava ia para cá ou para lá, mas que os pedágios estavam lá, ah estavam. A Folha levantou essa lebre e esta semana voltou a pôr o dedo na ferida.
Mesmo estando em férias, fui citado por Peter. Com várias pessoas por perto, ele esbravejou em alto e bom tom que eu era mau-caráter, que ele havia me escorraçado do clube como um cachorro por ele, que eu era um moleque e tudo mais.
Fiquei muito surpreso quando meu celular começou a tocar. Amigos me perguntavam o que havia acontecido. Em primeiro lugar, ele nunca foi homem o suficiente para falar essas coisas na minha frente. Em segundo, nunca fui enxotado de lá, pelo contrário.
As afirmações do ilibado presidente vale algumas considerações.
Vamos a elas:
Não sei se posso afirmar que não sou mau-caráter. Acho que quem tem que falar isso são as pessoas que me conhecem. Entretanto, pelo meu histórico, pela minha ficha corrida, acho que não sou.
Eu não fui afastado de nenhuma entidade sob acusação de desvio de verbas, nem de falsificar assinaturas.
Eu tenho renda comprovada. Todos sabem como ganho meu dinheiro, sabem onde trabalho e como é a minha fonte de renda. Não há nada nebuloso nisso.
Eu estou rodeado de amigos. Quando precisei, sempre alguém me estendeu a mão. Nunca fiquei sozinho, isolado, colocado de canto.
Nunca mandei na surdina brucutus baterem em uma pessoa séria, pai de família, que falava o que eu não queria escutar.
Não invento histórias, não tenho fama de mentiroso.
Fora outras coisinhas que nem valem a pena falar agora.
Ah, estava esquecendo, a partir da semana que vem, a imprensa poderá entrar apenas dois dias no VGD para entrevistas e para acompanhar aos treinos. Como sempre, a culpa é nossa.
Bom, deixe-me voltar para as minhas férias porque não vale apena esquentar por mixaria. Até mais.