Postagem com cara de "querido diário", mas vamos lá...

Hoje foi um dia atípico. Dia marcado para uma revisão no carro, portanto, dia sem carro. A expectativa era que fosse só de manhã, mas foi até a tarde e ainda estou sem ele. Bolas, fazer o quê.
Deixei o carro lá e voltei de ônibus. Logo veio à lembrança aquilo que estou careca de ver na TV: a gripe suína. Ali notei que o pânico também me atingiu. Antes, procurava ir sentado. Agora, procurei os lugares próximos a janelas abertas, de preferência, bem longe de pessoas tossindo, ou com aparência abatida.

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No final da manhã, presenciei uma cena inusitada. Um motoqueiro vinha pela Via Expressa, com duas latas de tinta, quando a moto quebrou ao meio. Ele se esborrachou, as latas abriram, e o homem ficou estatelado ao lado da moto quebrada e pintado de amarelo, esperando a chegada do Siate. Não se machucou gravemente, mas tirar toda aquela tinta vai dar um trabalhão.
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À tarde, voltei ao centro, de ônibus de novo, atento ainda aos doentes a bordo. Desta vez fui até o terminal e notei que nada está se fazendo para evitar o contágio. Andei em ônibus das duas empresas. Em nenhum havia um cartaz com orientações sobre a nova gripe. Algo do tipo "abra as janelas", "cubra a boca ao tossir", etc. Nada, nem nos coletivos nem no terminal. E pior: notei que a população não tá nem aí com isso. Vi gente comendo unha, comendo pontas dos dedos, bocejando e passando a mão na boca (a mesma que estava segurando no ferro), gente comendo pipoca, crianças passando a mão na boca depois de tocar os bancos, e ninguém de máscara.

Acho que o cobrador deveria usar máscara. Afinal, se a nova gripe é tão perigosa, o cobrador do ônibus é uma presa fácil. Fica cara a cara com todas as pessoas que passam pela roleta, pega dinheiro da mão de potenciais doentes. Ainda mais naquela linha que peguei, que passa pelo PAM, o centro de referência para atendimento dos pacientes que acham que estão com a gripe suína.
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Por fim, quando vi que iria trabalhar sem carro hoje, chamei um mototáxi. Subi na moto e veio de novo a neura da gripe: o capacete. Além de apertado (devia ser um P e minha cabeça é GG), a boca fica bem na posição que ficaram as bocas dos passageiros anteriores. Por via das dúvidas, fui com a viseira aberta. Pro vírus me pegar, teria que ser aventureiro radical pra vencer aquele vento.
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Na volta, de novo de ônibus, meu nariz trancou. Epa!