Shaq e LeBron: sem título, não haverá o que comemorar

Shaq e LeBron: sem título, não haverá o que comemorar

08/09: Parecia ser o ano de LeBron James. O Cleveland Cavaliers teve melhor o recorde em toda a liga, com somente duas derrotas em casa. Nos playoffs, varreu seus dois primeiros adversários, Pistons e Hawks. Era franco favorito para bater o Orlando Magic na final do Leste, mas não foi o que ocorreu. Sem ter quem fizesse frente à Dwight Howard no garrafão e sem um marcador com velocidade suficiente para buscar o ala de força Rashard Lewis no perímetro, as fraquezas do Cavs ficaram expostas contra a pouco convencional equipe de Orlando. LeBron bem que se esforçou, mas não conseguiu bater a equipe da Flórida sozinho.

Com James entrando em seu último ano de contrato, o clima é de “agora ou nunca” no Cavs, por isso, a diretoria não mediu esforços para reforçar a equipe, trazendo ninguém menos que o 4 vezes campeão Shaquille O’Neal.

Entra: Shaquille O’Neal (PHO), Anthony Parker (TOR), Jamario Moon (MIA), Leon Powe (BOS)

Sai: Ben Wallace (DET), Sasha Pavlovic (MIN), Joe Smith (ATL)

Titulares: Mo Williams, Anthony Parker, LeBron James, Anderson Varejão, Shaquille O’Neal

Shaq veio para para D12

Shaq veio para parar D12

Análise: A final de conferência contra o Orlando Magic expôs as fragilidades do time do Cavaliers, principalmente quando se tratou da marcação no garrafão. Não houve resposta para a explosão física de Dwight Howard, que foi superior em todos os aspectos do jogo contra quem quer que o marcasse, fosse Ilgauskas, Varejão, Ben Wallace, Hickson… No ataque, a falta de ofensividade de Varejão e de velocidade de Ilgauskas acabavam não aproveitando a debilidade de Orlando na marcação de Lewis. Nem mesmo a impressionante média de 38,5 pontos de LeBron nas finais foi capaz de levar o Cavs adiante.

Shaquille O’Neal foi a resposta encontrada para parar Dwight Howard no garrafão. Tamanho ele tem. Experiência também. Falta velocidade, e muito. A presença de Shaq sem dúvida é imponente, mas traz alguns problemas para o Cavs, como, por exemplo, a defesa do pick n’ roll na cabeça do garrafão. Aos 37 anos e com 147 kg, não há como o pivô acompanhar jogadores após o corta luz.

Ofensivamente, a capacidade de Shaq em anotar pontos é conhecida, porém, não se pode esquecer que ele jogará ao lado de LeBron James, jogador que precisa de espaço no garrafão para infiltrar. Com Ilgauskas em quadra há esse espaço, pois o lituano tem bom chute de média distância. Agora, todos sabem que O’Neal é completamente incapaz de acertar um jumper que seja, logo, haverá um garrafão com maior tráfego nas infiltrações de LeBron.

Isso quer dizer que não gostei da aquisição de Shaq? Pelo contrário. Seu tamanho e experiência serão fundamentais, ele sabe que lhe restam poucos anos na carreira e dificilmente terá oportunidade tão boa para conquistar seu 5º anel. Com a escassez de pivôs que há, Shaq foi um achado, ainda mais com a manutenção de Ilgauskas, o que dará versatilidade para Mike Brown montar seu time de acordo com o adversário. As contratações de Jamario Moon e Anthony Parker também foram muito boas, os dois são belos marcadores, o primeiro é explosivo,o segundo tem ótimo arremesso. Ambos poderão ser utilizados com freqüência.

A temporada 09/10 será um divisor de águas para a franquia. Se vencer o título, as chances de LeBron James, nativo do estado de Ohio, renovar aumentam bastante. Caso haja nova frustração, como a ocorrida contra o Magic, o atual MVP pode se cansar e buscar novos ares (e um anel). Para o Cavs, é vencer ou vencer.

Gustavo Mesa - NBA Blog

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Pré-temporada: 4 vitórias e 4 derrotas. Estreia hoje contra o Boston.